quarta-feira, 30 de abril de 2008

Projeto Equoterapia

A Equoterapia é baseada na prática de atividades eqüestres e técnicas de equitação, sendo um tratamento complementar na recuperação e reeducação motora e mental, reconhecida mundialmente.
Na parte física, o praticante da Equoterapia é levado a acompanhar os movimentos do cavalo, tendo que manter o equilíbrio e coordenação para movimentar simultaneamente tronco, braços, ombros, cabeça e o restante do corpo, dentro de seus limites. O movimento tridimensional do cavalo provoca um deslocamento do centro gravitacional do paciente, desenvolvendo o equilíbrio, a normalização do tônus, controle postural, coordenação, redução de espasmos, respiração, e informações proprioceptivas, estimulando não apenas o funcionamento de ângulos articulares, como o de músculos e circulação sangüínea.
Na área educacional, cavalgar auxilia na aquisição e desenvolvimento das funções psicomotoras, o que vai proporcionar a aprendizagem e o desenvolvimento de cognições de ordem superior, que se referem a sofisticadas habilidades:formação de conceitos, solução de problemas, pensamento crítico e criatividade. Enquanto anda a cavalo, a criança necessita desenvolver habilidades e atitudes conceituais diversas. Ajuda a manter um comportamento social adequado, enquanto em atividade de grupos na equitação. Estas aquisições são conhecidas como cognição social.
Na Educação Especial a Equoterapia pode apoiar a educação de crianças portadoras de necessidades especiais: físicas e/ou mentais, de condutas atípicas e com altas habilidades. E bem como tem dito a professora Teresa Isoni, a Equoterapia – facilita a organização do esquema corporal; facilita a aquisição do esquema espacial;desenvolve a estrutura temporal; aguça o raciocínio e o sentido de realidade; proporciona e facilita a aprendizagem da leitura, da escrita e do raciocínio matemático; aumenta a cooperação e a solidariedade; minimiza os distúrbios comportamentais; promove a auto-estima, a auto imagem e a segurança; facilita e acelera os processos de aprendizagem.
Na esfera social, a Equoterapia é capaz de diminuir a agressividade, tornar o paciente mais sociável, melhorar sua auto-estima, diminuir antipatias, construir amizades e treinar padrões de comportamento como: ajudar e ser ajudado, encaixar as exigências do próprio indivíduo com as necessidades do grupo, aceitar as próprias limitações e as limitações do outro, facilitando assim a interação do deficiente físico e mental com a sociedade.
A Equoterapia é aplicada por intermédio de programas específicos organizados de acordo com as necessidades e potencialidades do praticante, da finalidade do programa e dos objetivos a serem alcançados. São eles:
Hipoterapia
Este programa caracteriza-se pela incapacidade física e/ou mental do praticante em se manter sozinho sobre o cavalo. É necessário um terapeuta montado juntamente com este, dando-lhe segurança ou, como em alguns casos, acompanhando-o a pé ao seu lado, dando-lhe apoio no montar. Nesta fase, o programa é essencialmente da área de reabilitação. O cavalo é usado principalmente como instrumento cinesioterapêutico.
Educação e Reeducação
Aqui o praticante já apresenta condições de se manter sozinho sobre o cavalo, onde já consegue interagir com o animal. Por tal motivo, depende menos do terapeuta que não mais monta junto, somente o acompanha lateralmente. O cavalo continua propiciando benefícios pelo seu movimento tridimensional e multidirecional e o praticante passa a interagir com mais intensidade. Os exercícios realizados neste momento são tanto na área reabilitativa como na área educativa.
Pré-Esportiva
Neste programa o praticante tem boas condições para atuar e conduzir o cavalo sozinho, podendo participar de exercícios específicos de hipismo. Ele passa a exercer maior influência sobre o animal, que é utilizado como instrumento de inserção social. Também pode ser aplicado nas áreas reabiliativa e/ou educativa. Para muitos praticantes, esta fase não é alcançada, devido a sua patologia.
O futuro praticante deverá passar por uma avaliação clínica, pelo seu próprio médico ou pela equipe que irá atendê-lo, com a responsabilidade de indicar ou contra-indicar a prática de Equoterapia, apesar de poucas serem as contra-indicações.
O centro de Equoterapia da APAE em parceria com a Fazenda São Paulo vem realizando há 4 anos seu trabalho com os praticantes da Equoterapia, durante este período pudemos obter sucesso com alguns praticantes que conseguiram iniciar e concluir seu tratamento com os objetivos alcançados, mas continuamos nosso trabalho com muita dedicação, todas as quartas – feira nos deslocamos para a Fazenda São Paulo onde podemos contar com o apoio e colaboração dos Auxiliares guias Sr. Paulo e Marcelo, também contamos com uma grande ajuda dos estagiários de Fisioterapia, onde estagiam juntamente conosco, não podendo esquecer dos pais, principais incentivadores dos filhos na prática das sessões, além de nos auxiliarem a atender os praticantes antes ou depois da atividade no picadeiro.Esta sendo estudado um Projeto para ser implantado na Vila Maringá, onde será instalada também a Escola da APAE. Esperamos com isso poder ampliar o número de atendimentos, visto que os praticantes não dependerão de transporte, uma das coisas que nos impede hoje de trabalhar com mais praticantes. Enfim nosso desejo é que este projeto amplie cada vez mais, não só com espaço, mas com outros profissionais atuando de forma multidiciplinar.
Segue abaixo os depoimentos de pais e profissionais que atuam diretamente nas sessões de Equoterapia.
Pedagoga Silvia: “o pedagogo pode ser um grande facilitador, orientando, nas atividades, jogos, brincadeiras, como em qualquer profissão o gostoso é compartilhar, contar e ouvir experiências de cada profissional. Essa troca é necessária dentro de uma equipe multidisplinar,é efetivar o trabalho voltando-se às questões de aprendizagem e auxiliar os outros profissionais a atuarem nas sessões equoterápicas sempre voltando-se a atingir objetivos educacionais, portanto auxiliando e fomentando as sessões de forma que a reabilitação global do praticante seja complementada”.
Mãe da Vanessa Vasconcelos: Estou muito feliz e esperançosa com relação a Equoterapia. Espero que a Vanessa consiga se desenvolver bastante, tendo controle de corpo e movimentos e que possa com o tempo andar sozinha. Estou muito confiante com o tratamento, devido a atenção e a qualidade dos atendimentos das profissionais.

Pai do Felipe: A equoterapia realizada pela Apae é um dos trabalhos mais importantes para o desenvolvimento de crianças especiais.
O Felipe está se desenvolvendo muito, principalmente na parte da coordenação motora. Podendo assim, afirmar que este projeto não pode parar, mas sim ter a participação e colaboração das empresas, do comércio e a própria comunidade de Itapeva, pois juntos com os profissionais envolvidos na equoterapia poder abrir mais espaço para outras crianças portadoras de deficiência.

Um comentário:

Unknown disse...

Boa tarde amigos da APAE ....sou o Murylo MOrais e realizei o curso de Equoerapia na Fundação Rancho GG de propriedade da Dra. Gabriele Brigitte Walter ...e gostaria de saber como posso ir até vocês conversar sobre o assunto ... sem mais e muito obrigado....